terça-feira, 7 de julho de 2009

capa do cd: joão, gilberto e clarisse

essa foto foi clicada por paulo laborne, no dia da desmontagem da minha primeira exposição em uma galeria, a 'geração visual - onde estão os passarinhos?', no iab mg, em 83. nessa primeira exposição eu mostrei, desde painéis como esse de fundo na foto, a esses objetos de cena com as crianças; josé rafael, tamira e luando, meus filhos com a míriam abreu, até a pequenos desenhos despretensiosos, feitos em mesas de bares. enquanto o paulão fotografava os quadros e eu e família desmontávamos a mostra, surgiu a idéia e a realização dessa foto. anos depois ela veio a cena como essa capa quando o tatta spalla olhando fotos me disse que ela dava uma bela capa, falei, - é essa! treis crianças representando o trio formado por joão carlos, gilberto de abreu e clarisse alvarenga, o joão, gilberto e clarisse. mais tarde, agora, já com outra formação se chama: cia joão gilberto e clarice, que termina as gravações do novo cd, o 'ao mais corajoso, o poeta'. desse cd já pode se conferidas algumas faixas aqui no poesia sonora.

10 . joão gilberto - joana guimarães e gilberto de abreu

poema de joana guimarães, concebido durante as gravações do cd.
a base instrumental é a mesma de: 'clarice lispector, joão gilberto instrumental', só que sem as vozes ao fundo e com outra mixagem. os violões base o solo são criados e executados por tattá spalla, e os dois cavacos, base e tambem solo distorcido, foram tocados por mim. foram gravados em dois períodos , no primeiro, fizemos o cavaco e o violão base, e no mesmo período o tattá fez o solo do violão. em outro acrescentei o cavaco com distorção e posteriormente coloquei a voz.

9 .velhocyclo - gilberto de abreu




esse poema foi feito das anotações que fiz durante as etapas de realização da gravura homônoma que aqui ilustram o poema. a harmonia é composta de duas partes. a primeira é feita de um solo que é repetido em tons diferentes pelo segundo cavaco, na outra os cavacos fazem praticamente o mesmo desenho com timbres diferentes. na percussão os pratos do joão receberam um pouco de eletricidade. tudo isso vem guarnecido pelos teclados do fernando lopes (batata), com sua preciosa colaboração.

7 . o monstro - ronaldo brandão e gilberto de abreu

esse poema que o ronaldo brandão, que também é um grande ator e diretor de teatro, me passou na mesa do bar 'pelejando', numa madrugada fria no bairro santo antonio, em bh, mexeu muito comigo; pela atitude filosófica ao encarar 'o lado de fora' da gente no cotidiano comum da nossa vivência. acrescentei ao poema o texto que é dito pela gabriela ruas, então com sete anos, filha do sérgio murilo, e para criar esse clima de tensão, eu usei quatro cavacos, com vários efeitos, e às vezes todos fazendo a mesma nota. o joão usa além de seus instrumentos percussivos, pratos da bateria, pra dar esse clima de tensão necessário à interpretação do poema.

8 , só o tempo vai apagar - paulo césar barros e getúlio côrtes

essa canção originariamente gravada por roberto carlos, ficou esquecida na minha memória, para numa manhã, após descer de um ônibus, meio triste por amor, pousar inteirinha na minha cabeça. na praça sete, me encantei por lembrar-me dela toda, e já em casa comecei a tentar tocá-la no cavaquinho, acabei fazendo uma arranjinho pra ela, e tocava-a de vez em quando. o joão carlos gostou muito da levada, e me convenceu a acrescentá-la no cd. foi gravada assim: são dois cavacos, o primeiro que faz a harmonia solada da canção, e o segundo com uma distorção entra só em alguns momentos. a percussão é um caso a parte, ela foi executada em um instrumento de pvc que o marco antonio guimarães (uakti) presenteou ao joão carlos. quando estava fazendo o encarte do cd, fui procurar a gravação do roberto carlos pra copiar a letra e saber direito o nome dos autores. aí reparei que a canção tinha vindo toda, mas com uma palavrinha trocada, 'pedir nem ficar" pra "pedir pra ficar". outra curiosidade é o fato das duas gravações terem o mesmo tempo de duração, apesar dos arranjos serem diferentes.

6 . lapso - luciana tonelli e gilberto de abreu


esse poema da luciana, está no seu livro: 'flagrantes do poço', coleção poesia orbital. nessa gravação tive a liberdade poética de brincar com os versos da primeira parte do poema.
na formação habitual das gravações houve uma inversão, o cavaco elétrico, com efeito sonoro completamente distante do som normal de um cavaquinho, foi gravado primeiro, fazendo a base pro segundo que tambem com um pouco de eletricidade no seu som faz a primeira parte de sua harmonia que é um solo que se repete, de um acorde que nunca é dado. o joão carlos faz a percussão, gravada em dois períodos, e também a voz num diálogo comigo na primeira parte. na segunda, nossas vozes foram dobradas e acrescentado a essas dobras muito delay, além delas serem inseridas em tempos diferentes.

5 . carinhoso - pixinguinha e joão de barro


essa faixa é um instrumental em que simplifiquei toda a harmonia do carinhoso para poucos acordes no cavaquinho, onde a atriz mirim, nos intervalos do filme 'a dança dos bonecos', cintia vieira à época, meados dos anos 80, pudesse por alí começar a aprender a tocar esse instrumento. mas essa levada meio mantra, meio blue veio me acompanhando desde então. pouco depois fiz uma gravação com dois cavacos como parte da trilha da ópera visual: 'os temporais do tempo'. em 2001 pro cd 'joão, gilberto e clarisse' acrescentei mais um cavaco à formação, que contou também com a gaita do ator/músico e poeta: kimura schetino.
os treis cavacos estão em uma afinação diferente da afinação habitual do instrumento, que é: ré, sol, si, ré. o primeiro cavaquinho, acústico faz a base, o segundo com um pouco de efeito para alongar um pouco as suas notas, faz o solo da melodia dentro dessa base, o terceiro completamente elétrico junta-se a base e ao solo, completando a harmonia onde o kimura, que estava presente em biri-biri à época das 'aulas' a cintia, alí já fez seus primeiros esboços do que seria a melodia/clima/paisagens de sua gaita.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

4 . quadra 76 . maria josé bretas e gilberto de abreu


esse poema da maria josé bretas está no livro dela: 'a locação do imóvel', da coleção 'poesia orbital'. o primeiro cavaco é gravado acústico, o segundo vem com delay bem forte. a percussão do joão carlos foi gravada em duas sessões.

3 - gente . gilberto de abreu


esse é, o poema e música de minha autoria, e é a única do cd que tem a participação da clarisse alvarenga tocando rabeca e no vocal, o joão também faz vocal e percussão, e eu faço o cavaco e voz principal, o sérgio murilo acrescentou, a meu pedido, sons de vozes de gentes para somar ao poema.

2 - pó . murilo antunes e gilberto de abreu

esse é um poema do murilo antunes que faz parte do nosso livro de poesias e quadrinhos (inédito), 'impressões vadias'. o primeiro cavaco é gravado com pouquíssimo efeito, já o segundo que faz o solo tem algumas coisas que estão no controle do sérgio murilo, pois juntos tirávamos vários efeitos diretamente da sua mesa de gravação. a percussão do joão carlos uma parte foi feita tirando os sons metálicos numa escultura em forma de uma chapa. essa música/poema foi gravada direta a voz, o cavaco base e a percussão, de forma direta, sendo o cavaco solo acrescentado depois em outra sessão

1 - clarice lispector, joão gilberto instrumental . gilberto de abreu

esse retrato da clarice lispector foi feito a grafite pelo grande artista e saudoso paulo martinez, especialmente para essa faixa do cd. a música é um instrumental da minha autoria, que ganhou um poema da joana guimarães, registrado também no cd, como encerramento na 'leitura' da obra. o som é executado por mim e pelo músico e parceiro tattá spalla. eu toco o cavaco base, e o cavaco solo usando uma distorção mais incrementada com outros efeitos, o tattá toca os dois violões, o da base e o tambem do solo. faço também os vocalises de fundo, onde me inspirei na hora de fazê-los em todas as informações e sensações que eu sentia a respeito de clarice lispector